2018-03-26 às 06h00
Patrícia Sousa
Formado há poucos meses, o grupo Bemóis de São Caetano é composto por antigos alunos do então Colégio de Órfãos de São Caetano, em Maximinos. Depois de encontros e desencontros, os amigos sexagenários juntam-se agora para tocar e animar.
Formado por um grupo de amigos, antigos alunos do então Colégio de Órfãos de São Caetano, em Maximinos, os Bemóis de São Caetano nasceram há alguns meses. Depois de encontros e desencontros ao longo da vida, os sexagenários decidiram agora juntar-se para passar o tempo e levar a música, a grande paixão de todos, aos outros. Somos a banda mais nova com os músicos mais velhos, atirou o presidente do grupo, Luís Sousa, assumindo que os elementos são todos homens experientes que querem passar o tempo e animar as pessoas em convívios e outros eventos.
Luís Sousa, que falava aos microfones da rádio Antena Minho no programa As Nossas Raízes, confidenciou que formar o grupo era um sonho muito antigo, desde o tempo do colégio. Já tinha ideia de formar um grupo, mas nunca foi avante. Chegamos a ter uma banda no colégio, mas acabou em 1971. Entretanto, deixei o colégio, emigrei e regressei a Portugal em 2011, contou o presidente, referindo que o grupo está integrado na Associação de Antigos Alunos do Colégio São Caetano.
Depois de regressar a Portugal, Luís foi falando com o amigo, também antigo aluno do colégio, Augusto Luso, com o objectivo de concretizar o sonho de criar um grupo de música. Hoje é o braço direito da banda e toca barítono. Augusto aceitou o desafio de imediato. Desde os 10 anos que conheço o Luís, ainda andávamos noutro colégio. Toquei durante 41 anos em algumas bandas, mas tinha parado há 12 anos, por isso, decidi voltar a experimentar a tocar o barítono, admitiu.
A ideia acabou por ganhar mais impulso, quando no funeral de um elemento da Banda Musical de Cabreiros, o ano passado, os dois amigos abordaram João Braz para ser o regente da banda. Decidi chamar o nosso amigo e a resposta dele foi sim. A partir daí comecei a falar com outros colegas e formamos uma espécie de banda filarmónica de câmara, referiu o presidente do grupo, adiantando que os Bemóis de São Caetano contam com 15 elementos.
Em jeito de provocação, João Braz revelou: antigamente a rivalidade entre a Oficina de São José e os Órfãos de São Caetano era uma espécie de rivalidade entre Braga e Guimarães e quando ex-alunos do Colégio São Caetano convidam um ex-aluno das Oficinas de São José fiquei admirado, mas lá aceitei.
E ao regente coube escolher o nome do grupo. Inicialmente estiveram vários nomes em cima da mesa, mas já estavam registados e, por isso, acabamos por decidir por bemóis, porque tem tudo a ver connosco, justificou João Braz, explicando que bemol é o sinal que serve para baixar meio tom à nota.
Não somos uma mini banda de rua, o objectivo é dar concertos em restaurantes, casamentos e animar outras festas, assumiu o regente, por isso, o reportório do grupo passa por excertos de rapsódias e música popular. A missão do grupo é recordar as antigas músicas, as músicas dos tempos idos, para não ficarem esquecidas, defendeu. E João Braz foi peremptório: hoje a juventude dá cartas e toca tudo. Nós não somos músicos de conservatório nem de escola, mas temos prática. Já o nosso reportório é adaptado à nossa formação, porque também é o que tocamos melhor. Na nossa idade já não é para toda a gente tocar estes instrumentos.
A primeira saída do grupo foi para um convívio da GNR de Vila Verde, seguiu-se um convívio no Colégio de São Caetano. No aniversário do cónego Fernando das Oficinas de S. José o grupo também actuou. Todos estes espectáculos foram gratuitos, agora estamos à espera de começar a ser contratados para angariar verbas para pagar os instrumentos, referiu, ainda para os microfones da rádio Antena Minho, o presidente do grupo, Luís Sousa, revelando que no próximo sábado, das 15 às 17 horas, o grupo vai actuar no Café Viana, no centro da cidade.
Para já, a maioria dos instrumentos pertence ao grupo, tendo os responsáveis adquirido a expensas próprias. Mais à tarde, à medida que o grupo conseguir angariar verbas seremos reembolsados, contou o presidente do grupo, assegurando que as primeiras receitas serão para pagar os instrumentos, porque, por exemplo, um barítono mais barato ronda os 600 euros.
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